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Relatório de Riscos Globais de 2022

A 17ª edição dos Relatório de Riscos Globais 2022 publicada pelo Fórum Econômico Mundial, apresenta os resultados da ultima pesquisa de percepção de riscos globais.

No passado mês de janeiro, o Fórum Econômico Mundial divulgou o Relatório Riscos Globais 2022, onde apresentou os resultados da última pesquisa de percepção de riscos globais. O documento reúne as respostas de líderes mundiais, especialistas em risco, líderes empresariais, governos e sociedade civil, com o intuito de analisar o cenário de risco no curto, médio e longo prazos, de modo a fornecer uma análise completa das perspectivas de risco global pelas cinco grandes categorias de risco. Adicionalmente, o relatório apresenta uma análise geral dos efeitos da pandemia da COVID-19 nos últimos dois anos.

Que riscos corremos?

De acordo com o referido relatório, no curto e médio prazo os riscos ambientais são a principal preocupação, especialmente os riscos de condições climáticas extremas e falta de acção climatica. Numa perspectiva de longo prazo, dos dez principais riscos identificados, cinco estão relacionados ao ambiente, que aos acima mencionados, juntam-se os riscos de perda de biodiversidade, crise de recursos naturais e danos ambientais provocados pelo homem.
Graph 1“A crise climática continua a ser a maior ameaça a longo prazo que a humanidade enfrenta. Falhar no combate às alterações climáticas pode diminuir em um sexto (~17%) o PIB mundial, sendo que os compromissos estabelecidos na COP26 continuam a não ser suficientes para atingir o objetivo dos 1,5ºC. Não é tarde demais para os governos e as empresas agirem perante os riscos que enfrentam e para impulsionarem uma transição inovadora, determinada e inclusiva, queproteja economias e pessoas”, Peter giger, group chief risk officer do zurich insurance groupRiscos sociais surgem como a segunda maior causa de preocupação nos próximos 10 anos. Crises de subsistência, deterioração da saúde mental, e as divisões sociais têm-se agravado no decorrer da pandemia e perspectiva-se uma tendência de se continuo agravamento.

Por fim, os riscos económicos, geopolíticos e tecnológicos são também apontados como causas de grande preocupação. A crise da dívida e o estouro bolha de activos são os riscos relacionados à dimensão económica apontados como os mais prováveis de se virem a materializar.  Os confrontos geoeconómicos e a contestação de recursos foram apontados como os riscos geopolíticos que mais se agravaram nos últimos anos. Por último, mas igualmente preocupante, falhas de segurança cibernetica, desigualdade digital e avanços tecnológicos adversos são os principais riscos identificados na dimensão tecnológica.

Impacto da COVID-19

O relatório deste ano destaca os efeitos da pandemia da COVID-19 e, como a mesma mudou a perspectiva sobre o risco nos últimos dois anos. Os resultados mostram uma crescente preocupação com os riscos sociais e ambientais, uma vez que estão entre os principais riscos que mais se agravaram desde o início da pandemia.
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Cenário de risco dos proximos 10 anos

A perspectiva para os próximos 10 anos indica o agravamento da materialização de riscos ambientais, sinalizando uma grande preocupação sobre os efeitos das acções humanas com impacto negativo sobre o ambiente, e a incapacidade de criação e cumprimento de medidas de mitigação de riscos ambientais. De igual modo, o relatório indica para o agravamento dos riscos sociais, nomeadamente, divisões sociais, crises de subsistência e deterioração da saúde mental, possivelmente exacerbados pelos efeitos da pandemia.  

Por outra, os especialistas mostraram preocupação pelo facto dos riscos tecnológicos no relatório não serem considerados no longo prazo, alertando para um possível excesso de confiança nas estratégias de mitigação de risco já em curso.

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Por último, de acordo com o relatório, especialistas mostram grande pessimismo quanto a recuperação económica, caracterizando-a como incerta e volátil, propiciando uma situação de agravamento da desigualdade de rendimento global.
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Em síntese os riscos climáticos e sociais são a principal preocupação no curto, médio e longo prazo, mas os riscos tecnológicos não devem ser subestimados. Com uma visão pessimista relativamente à recuperação global pós pandemia, a perspectiva de um mundo volátil e desigual poderá gerar um clima propicio a tensões globais.

 

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